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Segurança da Câmara em cheque. Foto: Marcelo Jorge |
Conforme publicado no início desta noite de quarta feira (19) no
Site ‘O Antagonista’ , um Ofício da
Polícia Legislativa, obtido com exclusividade por este site, informa a
existência de dois registros de entrada de Adélio Bispo de Oliveira na Câmara
dos Deputados, no dia 6 de setembro – data do atentado contra Jair Bolsonaro.
O documento oficial foi
enviado ao terceiro-secretário, deputado JHC, que atendeu à solicitação de ‘O
Antagonista’ por todos os registros de visitação do criminoso.
“Constatou-se a existência
de mais dois registros de entrada referentes à pessoa do Senhor Adélio, ambos
datados do dia 6 de setembro de 2018, dia em que fora efetuada sua prisão no
estado de Minas Gerais em decorrência do atentado ao deputado Bolsonaro”,
escreve o diretor Paul Pierre Deeter.
Como é impossível Adélio ter estado na Câmara, Deeter desconfia
que os registros tenham sido forjados e determinou a abertura de uma
investigação interna para “averiguar as
circunstâncias nas quais se deram os supostos registros”.
Ele também pediu
a decretação de sigilo. Há duas semanas, O Antagonista havia obtido a confirmação de uma
visita de Adélio ao Anexo IV no dia 6 de agosto de 2013. Não foi possível,
porém, saber o destino do criminoso nas dependências legislativas – se esteve
em algum gabinete parlamentar, por exemplo.
Agora, porém, a situação é muito pior.
A constatação da Polícia Legislativa revela uma grave
vulnerabilidade do sistema de controle de acesso às dependências da Câmara. Se os registros de entrada de Adélio foram
feitos antes do atentado, significa que alguém de dentro – com acesso ao
sistema – tentou forjar um álibi para Adélio. Caso tenham sido forjados posteriormente, resta evidente a
tentativa de apagar qualquer rastro do criminoso e confundir as autoridades,
numa clara tentativa de obstrução da Justiça.