Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e
Dilma, prestou depoimento nesta quarta-feira (6) ao juiz Sérgio Moro no
inquérito que apura o pagamento de R$ 12 milhões de propina da Odebrecht para o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na forma de um apartamento e na compra
de um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula.
Palocci também foi questionado sobre outros
assuntos e respondeu a todas as perguntas. Ele disse: Que Lula tinha um "pacto de sangue" com Emilio Odebrecht que
envolvia um "pacote de propina": um terreno para o Intituto Lula, o
sítio para uso da família do ex-presidente, além de R$ 300 milhões, e que Lula sabia que se tratava de dinheiro sujo. Que as propinas foram pagas pela Odebrecht para agentes
públicos "em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais,
de caixa um, caixa dois". Que foram pagos R$ 4 milhões da Odebrecht para o Instituto Lula. Que ele e Lula
tentaram atrapalhar os trabalhos da força-tarefa da Lava Jato.
Palocci está preso desde setembro do ano passado e
já tem uma condenação a 12 anos de prisão na operação Lava Jato. Depois do depoimento, ele foi
levado de volta à carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde segue preso.
Pacto de
sangue e 'pacote de propina'
Palocci contou a Moro que no final de 2010, quando
o mandato de Lula estava chegando ao fim, Emilio Odebrecht procurou o
ex-presidente para fazer um pacto que envolvia um "pacote de
propinas". Segundo Palocci, a empresa "entrou num certo pânico"
com a posse da presidente Dilma.
"Foi nesse momento que o dr. Emilio Odebrecht
fez uma espécie de pacto de sangue com o presidente Lula. Ele procurou o
presidente Lula nos últimos dias de seu mandato e levou um pacote de
propinas", disse.
"Envolvia esse terreno do instituto, que já
estava comprado e o seu Emilio apresentou ao presidente Lula. O sítio para uso
da família do presidente Lula, que estava fazendo a reforma em fase final, e
que ele disse ao presidente Lula que já estava pronto. E também disse ao
presidente Lula que ele também tinha à disposição dele, para o próximo período,
para ele fazer as atividades políticas dele, R$ 300 milhões", detalhou
Palocci.
Palocci afirmou que, no dia seguinte de manhã, Lula
o chamou no Palácio do Alvorada e contou sobre a reunião com Emilio Odebrecht.
O ex-ministro disse que as relações da empresa com os governos de Lula e de
Dilma eram "bastante intensas".
"Queria dizer que a denúncia procede e que os
fatos narrados nela são verdadeiros. Eu diria apenas que os fatos narrados
nessa denúncia dizem respeito apenas a um capítulo de um livro um pouco maior
do relacionamento da empresa em questão, da Odebrecht, com o governo do
ex-presidente Lula, com o governo da ex-presidente Dilma, que foi uma relação
bastante intensa, bastante vantagens à empresa, propinas pagas pela Odebrecht para
agentes públicos, em forma de doação de campanha, em forma de benefícios
pessoais, de caixa um, caixa dois”, afirmou.
G1
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